
Maria Rita Vianna
Dia 10 de junho, no ano de 1935: data história para o Movimento Apostólico de Schoenstatt; chegam, no Brasil, pelo porto de Santos, as primeiras 12 Irmãs do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt – é o início da Obra de Schoenstatt em terras brasileiras.
Atravessam o Oceano Atlântico trazendo apenas a cruz, o Santuário, um tijolo do Santuário Original, a bênção e o envio do Fundador, além de muita confiança e coragem; nem dominavam o idioma da língua portuguesa.
Além disso, nada era muito favorável naquele ano, na Obra de Schoenstatt; Pe. José Kentenich, convicto de que a Segunda Guerra Mundial estava próxima e visando perpetuar a Obra de Schoenstatt, em 1933, envia as primeiras Irmãs de Maria para a África do Sul e, a seguir, para o Brasil.
Relata a Ir. M. Silvia Regina Formagio, Superiora das Irmãs de Maria de Schoenstatt da Província Coração Tabor (Atibaia): “Foi um início muito difícil: ainda não sabiam falar português, só poucas palavras; a cultura diferente, costumes diferentes, alimentação diferente, povo diferente. Foi um início muito pobre, não tinham nem o necessário para se alimentar, passaram fome; porém, conseguiram superar tudo na consciência de missão e na certeza de serem sustentadas pela força da Cruz de Cristo e a intercessão materna de Maria, a partir do Santuário”.
Estabelecem-se na cidade de Jacarezinho/PR, como ajudantes no Colégio Cristo Rei, dirigido pelos Padres Pallotinos; em seguida, partem para Londrina/PR, onde realmente dão início ao Movimento Apostólico de Schoenstatt, conduzidas pela Divina Providência.
Em Londrina, repartem suas atividades atendendo aos enfermos no “hospitalzinho de madeira”, como era chamada a atual Santa Casa, ministrando aulas para as crianças no futuro Colégio Mãe de Deus.
Completa Ir. M. Silvia Regina Formagio: “Apesar de todas as dificuldades e lutas, tudo cresceu rapidamente. Elas começaram as atividades na catequese da Igreja Matriz, que hoje é a Catedral, e no Movimento Apostólico de Schoenstatt. As jovens começaram a se interessar pela comunidade e surgiram as primeiras vocações brasileiras”.
Nada foi fácil para as 12 Irmãs de Maria! Pelo contrário, quantas lutas, dificuldades, entraves precisam enfrentar… Porém, como filhas espirituais do Pe. José Kentenich, trazem em si a filialidade heroica, a confiança vitoriosa, a fé inabalável nos planos da Divina Providência e na ajuda inestimável da Mãe Três Vezes Admirável. Concretizam-se, na alma e no coração de cada uma, as palavras do Pe. José Kentenich, no Documento de Fundação da Obra de Schoenstatt: “Quantas vezes, na história universal, fatos pequenos e insignificantes converteram-se em grandes acontecimentos”.
Ir. M. Marcia Silva afirma: “Recordar a chegada das 12 Irmãs pioneiras é olhar para a história de Schoenstatt e agradecer a ousadia e coragem das primeiras missionárias que deixaram sua pátria, sua família e lançaram-se como sementes na fundação de Schoenstatt no Brasil. Hoje as palavras do Pe. Kentenich, no envio das missionárias, se dirigem a cada um, é preciso “lançar-se a si mesmo como semente, semente dum novo mundo. O mundo deve tornar-se, mais e mais, Schoenstatt” (Pe. José Kentenich, no envio das missionárias). (Dia da chegada de Schoenstatt ao Brasil, 10 de junho de 2024, in www.schoenstatt.org.br)
As 12 primeiras Irmãs de Maria no Brasil lançaram-se como sementes, que frutificaram pela ousadia e pelo trabalho – fecundo, pela graça de Deus. Atualmente, o Movimento Apostólico de Schoenstatt expande-se em todo Brasil, nos 23 Santuários Filiais, onde se fazem presentes os Ramos e Comunidades, a Campanha da Mãe Peregrina, o Terço dos Homens.
Cada Irmã de Maria vive a maternidade espiritual, orientando todos os fiéis da Mãe Três Vezes Admirável no processo da autoeducação, na entrega filial a Deus Trino.
Agradecemos a Deus pela vida de cada uma das Irmãs de Maria de Schoenstatt!