Celebrado no primeiro domingo após a Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia é um convite profundo a nos aproximarmos do Coração de Jesus, que se abre para acolher nossas dores, fraquezas e esperanças. Não é apenas uma data no calendário litúrgico, mas uma experiência de fé e confiança: Deus deseja nos alcançar com sua ternura e nos renovar com sua graça.
A devoção à Divina Misericórdia tem sua origem nas revelações de Jesus a Santa Faustina Kowalska, religiosa polonesa que, nos anos 1930, recebeu de Cristo a missão de propagar ao mundo a confiança em Sua misericórdia infinita. Em uma de suas aparições, Jesus pediu que o segundo domingo da Páscoa fosse dedicado a essa celebração especial, prometendo graças abundantes àqueles que se aproximassem da Misericórdia divina com fé e arrependimento. São João Paulo II, profundamente devoto, instituiu oficialmente essa festa para toda a Igreja no ano 2000, durante a canonização de Santa Faustina.
A misericórdia de Deus não é um conceito abstrato, é uma presença viva. É o olhar de Jesus que não condena, mas acolhe. É o abraço que cura. É o perdão que liberta e dá um novo começo. Hoje, a Igreja nos lembra que, independentemente de onde estivermos ou do que tenhamos feito, há sempre um caminho de volta para Deus, e esse caminho se chama misericórdia.
A liturgia nos mostra o Cristo Ressuscitado que se faz presente no meio dos discípulos e lhes oferece a paz. Ele mostra as feridas nas mãos e no lado, não como sinal de dor, mas como prova de amor que permanece. Ele sopra o Espírito Santo e entrega à Igreja o poder de perdoar. Tudo isso nos diz: a misericórdia é a linguagem do Ressuscitado.
Celebrar esse domingo é abrir o coração e dizer com confiança: “Jesus, eu confio em Vós.” É deixar que Ele toque nossas feridas e transforme nossa história. É reconhecer que somos frágeis, sim, mas profundamente amados.
E mais do que receber, somos também chamados a oferecer misericórdia ao outro, no perdão, na escuta, no acolhimento, no serviço. Ser misericordioso não é apenas um gesto bonito; é uma resposta ao que recebemos de Deus.
Que neste dia da Divina Misericórdia, possamos nos deixar envolver pela paz e pela ternura de Cristo. Que Ele nos ensine a confiar, a recomeçar e a amar como Ele
Referência: cnbb.org.br
