
Naquele 18 de outubro de 1914, Pe. José Kentenich até podia ter um sonho; mas ainda não vislumbrava claramente o sonho de Deus. Como Diretor Espiritual dos seminaristas, o jovem sacerdote tinha o grande anseio de encaminhar seus queridos alunos a um profundo encontro com a Mãe de Deus, sua única Educadora, como sempre afirmou. Tinha confiança de que, pela entrega aos cuidados maternais de Maria, eles o ajudariam a viver o sonho vivo de seu coração: transformar aquela pequena Capelinha em lugar onde é bom estar, Tabor das glórias de Cristo, para honra e glória de Deus Uno e Trino.
Deus Pai aceita o sonho, o anseio profundo do jovem sacerdote: a Obra que ali se iniciava espalhou-se pelo mundo e chegou até Vila Mariana.
Assim começa a história do Santuário Tabor da Confiança Vitoriosa no Pai, exatamente 50 anos após o Primeiro Marco da História de Schoenstatt: “Estar na luz divina”, na vivência do Quarto Marco da História: “Na vitoriosidade divina”.
Tanto acontece durante esse período: o Fundador é mantido prisioneiro da Gestapo, no Campo de Concentração de Dachau, de onde é libertado: Caíram as algemas; sofre exílio imposto pela Santa Igreja, até que a própria Igreja reconhece a importância da Obra para ajudar na edificação do Reino de Deus na terra.
Final dos anos 1950, início da década de 1960, exatamente na volta do Pe. Kentenich do exílio (1965), algumas Irmãs mudam-se para São Paulo, também acalentando sonhos, tendo como primeira residência uma casa na Rua Barão de Iguape. O sonho: difundir a Obra de Schoenstatt, agora plenamente reconhecida pela Igreja, e com a bênção e apoio do Cardeal D. Agnelo Rossi. Chegam também sacerdotes do Instituto dos Sacerdotes de Schoenstatt, instalados pelo mesmo Cardeal em uma paróquia no Bairro do Jaraguá.
As Irmãs de Maria logo começam grupos de juventude masculina e de juventude feminina, ainda no Bairro da Liberdade.

A mudança para a casa na Rua Diogo de Faria é mais um passo para concretização do sonho divino. Como filhas fiéis do Fundador, reconhecem que devem estar com os ouvidos no Coração de Deus e as mãos no pulso do tempo. Mesmo sem ainda terem a propriedade da casa, Ir. M. Emanuele já pensa em assentar a pedra fundamental do primeiro Santuário de Schoenstatt em terras paulistanas, o que acontece em 31 de maio de 1967, depois de apenas um mês de organização desse sonho ousado. Ir. M. Doroteia e Ir. M. Isengard, de visita a Schoenstatt na Alemanha, pedem ao Fundador uma mensagem para o assentamento da pedra fundamental – é o rico testamento para o Santuário de Vila Mariana, a última mensagem do Pe. Kentenich antes de voltar aos braços do Pai.
Por: Maria Rita Vianna