Maria Rita Vianna
Hoje, 15 de setembro, a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora das Dores. Para a Obra de Schoenstatt, essa data recorda também a partida do Pe. José Kentenich, Pai e Fundador, para o lar eterno. Ele faleceu em 1968, na sacristia da Igreja da Adoração, logo após celebrar a Santa Missa e abençoar alguns terços a pedido de uma Irmã de Maria.
Nesse mesmo dia em que lembramos as dores da Virgem Santíssima, o Fundador foi chamado pelo Deus Trino para o encontro definitivo no Reino Celeste. Sua vida foi marcada por uma entrega plena e incondicional à Divina Providência, sobretudo nos momentos de provação: o tempo no campo de concentração de Dachau e o exílio em Milwaukee, ambos vividos longe da Obra que tanto amava.
Portanto, é um dia de gratidão. Não de tristeza, mas de alegria serena, mesmo acompanhada de saudade. É ocasião para louvar a Deus Uno e Trino pela vida do Pe. Kentenich, escolhido para dar origem ao Movimento Apostólico de Schoenstatt, hoje presente em quase todo o mundo, nos Institutos, Uniões, Ramos Apostólicos, no Terço dos Homens, na Campanha da Mãe Peregrina e nas incontáveis romarias aos Santuários.
As graças recebidas
Ao longo de sua trajetória, o Pe. Kentenich reconheceu a Mãe e Rainha Três Vezes Admirável como sua única Educadora. Por meio dela recebeu inúmeras graças, entre elas a inspiração para fundar Schoenstatt, sempre atento ao Espírito Santo. Deixou à Família espiritual heranças preciosas: a Aliança de Amor, a fé prática na Divina Providência e toda a espiritualidade que nutre o Movimento.
O carisma da Obra de Schoenstatt
No coração de Schoenstatt está a Aliança de Amor: a troca do nosso pequeno e frágil coração pelo Imaculado Coração de Maria. Essa entrega é compromisso, vocação e missão, à semelhança do “Sim” de Maria ao plano divino. É também a vivência do “Nada sem vós, nada sem nós”, que nos torna peregrinos da esperança e colaboradores da Igreja como discípulos e missionários de Cristo.
É um dia para reafirmar a santidade vivida pelo Pe. José Kentenich e recordar o apelo do Papa Francisco:
“Manter vivo o carisma fundamental e saber transmiti-lo aos mais jovens” (Encontro com os Padres de Schoenstatt, 3 de setembro de 2015).
Na mesma linha, São João Paulo II afirmou:
“Vós fostes chamados a participar da graça que recebeu vosso Fundador e a pô-la à disposição de toda a Igreja. Porque o carisma dos fundadores se revela como uma experiência do Espírito, que é transmitida aos próprios discípulos para que eles a vivenciem, guardem-na, aprofundem-na e desenvolvam-na constantemente em comunhão e para o bem de toda a Igreja, a qual vive e cresce em virtude da sempre renovada fidelidade ao seu Divino Fundador” (Audiência com a Família de Schoenstatt, Roma, 20 de setembro de 1985).
Pe. José Kentenich, farol de esperança
Hoje reconhecemos no Pe. José Kentenich um verdadeiro profeta. Muito antes de nosso tempo, já vivia intensamente a virtude da esperança, que celebramos neste Ano Jubilar. Mesmo nas maiores dificuldades, sua confiança em Deus nunca vacilou.
Entre as muitas lições deixadas pelo Pe. Kentenich, a fé prática na Divina Providência ocupa lugar central. Ele nos convida a enfrentar as incertezas não com angústia, mas com confiança filial.
Sua frase preferida resume bem esse espírito: “Deus é Pai, Deus é bom e bom é tudo o que Ele faz.” Uma certeza que continua a iluminar o caminho de quem busca reconhecer a bondade de Deus em todas as situações.
Como viver hoje sua memória
Recordar a volta do Pe. José Kentenich ao céu significa seguir seu exemplo de fidelidade e entrega:
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reconhecendo nele um alter Christi, imagem de Cristo sacerdote;
- estar aberto à Luz do Espírito Santo;
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permanecendo fiéis à Mãe Três Vezes Admirável.
Significa também viver e difundir a Cultura da Aliança de Amor em todos os ambientes e defender a família, como ele mesmo insistia: “Salvem a família, custe o que custar!”
Por fim, é renovar a súplica para que sua santidade seja reconhecida pela Igreja e que ele seja proclamado santo da vida diária.
Oração pela canonização do Pe. José Kentenich
“Deus Pai todo-poderoso, és o amor e a misericórdia. Somente tu, como Pai Onisciente, compreendes tudo o que se passa em mim. Ajuda-me, Pai de Bondade, nesta minha grande aflição. Atende-me por intermédio do Padre José Kentenich. Como fiel sacerdote, ele amou tanto a tua Igreja peregrina e procurou conduzir todos os que dele se aproximavam a um amor pessoal a ti. Foi sábio e humilde conselheiro para todos os que dele precisaram. Concede-me, Pai Eterno, por intercessão do Padre José Kentenich, especialmente a graça (colocar suas intenções e pedidos). Em sinal de gratidão, eu te ofereço o precioso sangue de Cristo, nas intenções da Santa Igreja e por todos os que se encontram em grandes aflições. Querida Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, roga ao Pai Eterno que conceda ao Padre José Kentenich a honra dos altares, como recompensa por todo o bem que fez á Igreja, para o teu louvor e a glória da Santíssima Trindade. Amém”. Rezar três vezes o Glória ao Pai…