
A Quinta-feira Santa marca o início do Tríduo Pascal, os três dias mais intensos e sagrados da fé cristã. Neste dia, a Igreja recorda um momento profundamente íntimo e transformador: a última ceia de Jesus com seus discípulos, na véspera de sua paixão.
Mais do que um simples jantar de despedida, a Ceia do Senhor é o testamento do amor. Jesus se entrega como alimento, instituindo a Eucaristia e como servidor lavando os pés de seus apóstolos. Dois gestos que resumem a essência da vida cristã: comunhão e serviço.
Ao partilhar o pão e o vinho, Ele se faz presença viva e constante: “Fazei isto em memória de mim.” A Eucaristia não é apenas lembrança, mas presença real, um convite a viver em aliança com Aquele que nos ama até o extremo. Ao lavar os pés dos discípulos, o Senhor desmonta toda lógica de poder e nos ensina que o caminho da grandeza é feito de gestos simples, silenciosos, muitas vezes escondidos, mas profundamente transformadores.
A espiritualidade deste dia nos convida a olhar para nossa própria vida:
- Tenho sido pão partilhado para os que estão à minha volta?
- Tenho me abaixado para servir, como Jesus o fez?
- Reconheço a grandeza de um Deus que se ajoelha diante de mim, não para me pedir algo, mas para me amar com humildade?
Hoje somos chamados a viver esta Quinta-feira Santa com profundidade, em oração e recolhimento. É um dia ideal para fazer um momento de adoração pessoal, ler o evangelho da Última Ceia (Jo 13), silenciar o coração e deixar-se tocar por esse amor que se inclina, lava os pés, parte o pão e se entrega.
A Ceia do Senhor não é apenas um rito. É um chamado diário a vivermos uma fé encarnada, concreta, que se expressa no serviço, na doação, no cuidado com o outro. É o início de um caminho que passa pela cruz, mas não termina nela.
Que hoje, ao meditarmos sobre a Ceia do Senhor, possamos abrir espaço para que Cristo lave também os nossos pés, cure nossos cansaços, alimente nossa alma… e nos transforme em sinais vivos de seu amor no mundo.
Referências:
maeperegrina.org.br
cnbb.org.br